A apendicite aguda é uma das principais causas de internação cirúrgica de urgência no nosso meio. O apêndice é um órgão anexo ao segmento do intestino grosso chamado de ceco e que, no ser humano adulto, não tem praticamente nenhuma função. Mede cerca de 6-10cm de extensão e até 6mm de largura.​

A inflamação aguda decorre de obstrução da luz do apêndice, geralmente por um fecalito, ou eventualmente sementes ingeridas. Ocorre comprometimento da circulação sanguínea e as bactérias então se multiplicam.​

O principal sintoma do início de uma apendicite aguda é a falta de apetite. A dor inicialmente é difusa, inespecífica, mas tende a se localizar no quadrante inferior direito do abdome com o passar das horas. Vômitos e febre também podem ocorrer. Diarréia é menos comum.​

O diagnóstico é baseado na história clínica e exame físico do paciente, bem como realização de exames laboratoriais (que podem evidenciar aumento da contagem dos leucócitos). A ultrassonografia também é frequentemente utilizada mas o melhor exame é a tomografia computadorizada. A desvantagem deste exame é a emissão de radiação.

Em mulheres, entretanto, o diagnóstico de apendicite pode ser mais difícil, pois pode ser confundido com diversas outras doenças relacionadas ao aparelho reprodutor feminino, como infecções uterinas e das trompas, gravidez ectópica, cistos ovarianos, dentre outras. Muitas vezes, os exames complementares são fundamentais para diferenciar entre uma coisa e outra.​

O tratamento é basicamente cirúrgico (apendicectomia). A via preferencial de realização é a videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva). Geralmente uma incisão de 1,0cm no umbigo, 1,0cm no quadrante inferior esquerdo e 5mm na região do púbis. A cirurgia consiste na retirada completa do apêndice cecal, bem como limpeza da cavidade abdominal. A via laparoscópica tem sido a preferencial atualmente, mas é possível também ser realizada a via aberta convencional e até mesmo a via robótica de portal único.​

Do ponto de vista de evolução da doença, o apêndice pode estar apenas edemaciado (“inchado”) e hiperemiado (“vermelho”), mas também pode ocorrer necrose, perfuração, formação de abscessos, ou mesmo contaminação purulenta em toda cavidade abdominal. É, portanto, uma situação potencialmente grave e que pode ser fatal. Felizmente, a maioria dos casos é diagnosticada em fase inicial e o paciente muitas vezes pode ter alta em até 24 horas após o procedimento. Em casos mais graves, o tempo de internação geralmente se prolonga.​

Conforme mencionado, muitas vezes o paciente tem condições de alta hospitalar em até 24 horas após o procedimento e é capaz de retornar às suas atividades habituais em até 15 dias. Após a alta, o paciente não tem restrições alimentares específicas, mas se recomenda evitar alimentos crus e de procedência duvidosa pelo risco de contaminação.

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