O esôfago é um órgão tubular responsável pelo transporte do alimento da cavidade oral até o estômago. Tem uma extensão de aproximadamente 35-40cm e tem seu trajeto passando pelo pescoço, tórax até a chegada no abdome.

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de esôfago está entre os dez tipos de câncer mais comuns. Existem dois tipos principais responsáveis pela quase totalidade dos casos: o carcinoma epidermóide (CEC) e o adenocarcinoma.​

No Brasil, o CEC ainda é o mais frequente, respondendo por até 95% dos casos. Os principais fatores de risco para desenvolvimento são a ingestão de álcool e o tabagismo. A lesão esofágica por ingestão de soda cáustica também é importante fator de risco. Geralmente acometem os 2/3 superiores do órgão. O segundo tipo, o adenocarcinoma, é menos frequente, mas tem se tornado cada vez mais comum, uma vez que os fatores de risco para desenvolvimento deste subtipo têm se tornado cada vez mais frequentes (obesidade, doença do refluxo e esôfago de Barret). ​

As principais manifestações clínicas (sinais e sintomas) são a disfagia progressiva (dificuldade para deglutir inicialmente alimentos sólidos, depois pastosos e líquidos), perda de peso, dor torácica retro-esternal e sangramento. A maioria desses sinais/sintomas são, na verdade, manifestações de doença já avançada.​

O método diagnóstico mais eficaz é a realização de endoscopia digestiva alta, que é capaz de realizar biópsias, avaliar a extensão do tumor, bem como afastar outras causas dos sintomas.

Confirmado o diagnóstico de malignidade, faz-se necessário também a realização de exames de tomografia computadorizada / PET-CT do pescoço, tórax e abdome para avaliação da extensão da doença e procura de metástases (chama-se estadiamento clínico). A depender da localização exata do tumor, pode haver invasão de estruturas nobres  como a traquéia, brônquios, aorta e até mesmo o coração. A ultrassonografia endoscópica (eco-endoscopia) também é útil para avaliação detalhada do grau de invasão do tumor bem como a realização de biópsias de linfonodos locorregionais suspeitos para metástases.​

Em casos muito precoces, é possível a ressecção por endoscopia. O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica – esofagectomia. Nesta cirurgia, há necessidade de abordagem do esôfago tanto no pescoço quanto no tórax e no abdome. É portanto, um procedimento cirúrgico de grande porte sujeito a complicações graves, principalmente relacionados à abordagem torácica. A via de acesso preferencial tem sido a via minimamente invasiva, principalmente no tórax, por videolaparoscopia ou por via robótica. Para restabelecimento da via alimentar, utiliza-se o próprio estômago, que é transformado em um tubo e é levado até o pescoço no mesmo trajeto onde antes havia o esôfago. Eventualmente, o cólon (intestino grosso) também pode ser utilizado.​

Aliado ao procedimento cirúrgico, a radioterapia e / ou quimioterapia são frequentemente utilizados, seja para diminuir a extensão do tumor no pré-operatório ou para tentar evitar recidivas no pós-operatório.​

Nos casos irressecáveis, o objetivo do tratamento passa a ser trazer qualidade de vida ao paciente. Isso se faz principalmente fazendo o paciente voltar a se alimentar pela boca. Procedimentos endoscópicos e até mesmo cirúrgicos (bypass gástrico retro-esternal) podem ser utilizados.

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